18.5.05

Momento: Vazio

Olho para todos os brilhos que o sol desponta em vários pontos, penso como seria bom se eu fizesse parte desta tarde tão bem decorada...

Vivo demasiado em pensamentos, queria tanto que eles deixassem de ocupar a maior parte de mim, sinto a falta de me apaixonar. Como é incómodo chegar a casa com a saudade irónica de sofrer por amor, a ilusão imaculada do amor...

Quanto mais eu ando, menor me sinto, mais singular, preciso de me perder... mas para verdadeiramente sentir, deixar de mapear a lógica própria, deixar-me levar por essas sensações, deixar o corpo fazer o relatório.

Não interessa nada do que já foi feito.
Não há sentido sem o sentimento presente.

Tudo flui, influi-mos nas decisões e nos caminhos que decidimos, muda-se tudo, e o tudo pode ter vontade própria, essa vontade pode brincar com alguma coisa maior.

É tão bom cruzar as pernas e pensar em nada que possa ser lembrado depois...

Procuro, Procuro, Procuro.

Procuro na natureza das pessoas alguém para se amar, procuro um sentido real para a vida
Até encontrar, vou ficar no meu, cada vez maior, vazio, escuro, obtuso.

Sim, assumo que a resposta não é a procura, mas a minha mente limitada pela incapacidade de sentir algo verdadeiramente sentido julga-se incapaz de encontrar o plano B...

Corro, Ando, Corro, Fujo.

No vazio, o vazio...

Alguém para amar