24.8.05

Utopia do "Não Sei"

Dou comigo sozinho, rodeado por 4 cantos, por opção própria, será ? De qualquer modo sou absorvido pelo inequívocamente sombrio gosto de estar assim, ou não, sobretudo, deixar-me levar...

A consciência de saber que tudo muda, nada permaneçe na mesma.
A inconsciência de não saber lidar com isso.

Cronometro todos os meus movimentos de forma acurada e sigo a viagem para o "não sei onde".

Visões a preto e branco, sem cheiro, sem vida, sequer sentido, mas, ao fundo, no hipotético horizonte que criei, re-encontro um sorriso do passado que me havia sido tatuado num local apenas visível quando a lúcidez do pensamento se desvaneçe, um sorriso, um tesouro, repleto de momentos não tristes, não felizes mas sim avassaladores, marcantes...

Agarro-me a este único e ilústre momento, viro-o ao contrário, do avesso, colocando-o de novo na posição original, sentindo-me constantemente abraçado por forças que partem do meu interior e que misturam a toda a força e velocidade a razão com a ignorância, uma mescla de "não sei quê" que tento aceitar e de maneira alguma tentar piorar.

Oiço todo o burburinho de fundo em tom musical, o "não sei onde" está mais perto...

Todavia, o encontro que procuro que me consiga conexar a lúcidez do sentir com a insanidade do pensamento nao se avizinha de facto imediato...

Muito próximo para ser reconhecido.
Muito profundo para ser agarrado.
Muito fácil para se acreditar.
Muito maravilhoso para ser entendido intlectualmente.

Enfim, encontro-me então "não sei como", estranho ou não é assim que alcanço o "não sei onde" e me encontro realmente.

Como posso eu ficar?

Eu sou assim...