24.8.05

Utopia do "Não Sei"

Dou comigo sozinho, rodeado por 4 cantos, por opção própria, será ? De qualquer modo sou absorvido pelo inequívocamente sombrio gosto de estar assim, ou não, sobretudo, deixar-me levar...

A consciência de saber que tudo muda, nada permaneçe na mesma.
A inconsciência de não saber lidar com isso.

Cronometro todos os meus movimentos de forma acurada e sigo a viagem para o "não sei onde".

Visões a preto e branco, sem cheiro, sem vida, sequer sentido, mas, ao fundo, no hipotético horizonte que criei, re-encontro um sorriso do passado que me havia sido tatuado num local apenas visível quando a lúcidez do pensamento se desvaneçe, um sorriso, um tesouro, repleto de momentos não tristes, não felizes mas sim avassaladores, marcantes...

Agarro-me a este único e ilústre momento, viro-o ao contrário, do avesso, colocando-o de novo na posição original, sentindo-me constantemente abraçado por forças que partem do meu interior e que misturam a toda a força e velocidade a razão com a ignorância, uma mescla de "não sei quê" que tento aceitar e de maneira alguma tentar piorar.

Oiço todo o burburinho de fundo em tom musical, o "não sei onde" está mais perto...

Todavia, o encontro que procuro que me consiga conexar a lúcidez do sentir com a insanidade do pensamento nao se avizinha de facto imediato...

Muito próximo para ser reconhecido.
Muito profundo para ser agarrado.
Muito fácil para se acreditar.
Muito maravilhoso para ser entendido intlectualmente.

Enfim, encontro-me então "não sei como", estranho ou não é assim que alcanço o "não sei onde" e me encontro realmente.

Como posso eu ficar?

Eu sou assim...

9 comentários:

Anónimo disse...

ja escrevi 3 comments e apaguei os 3..gosto de como duma maneira tao simples consegues dizer o que passo horas a tentar materializar em palavras. palavras essas que finalmente arrancadas de mim ficam que como a pairar no ar em frente aos meus olhos como que so entao fossem assumidas.
tambem estou a ir para um não sei onde..ate la tenho o meu companheiro de anhanços que entre 4 paredes me percebe melhor do que pensa ou se deu ao trabalho de pensar

obrigado por essas horas
obrigado por seres o meu emule
obrigado por escreveres assim

eu sei que es assim mas olha la te vou aturando e tu a mim lalala
bjjjjjjjj* amore (:

Walter disse...

Simples mas impregnado de sentidos!
walter

Anónimo disse...

Sem palavras * ate' um dia...

Anónimo disse...

"Oiço todo o burburinho de fundo em tom musical, o "nao sei onde" esta' mais perto..."

é incrivel ja é a 3ºx que venho ao teu blog so para ler o que escreves! Sou mais uma a dize.lo mas faço questao de o dizer: Parabens pela tua escrita!
Identifico-m com os mesmos sentimentos que te invadem e que tu consegues transmitir tao bem ;)
Beijinhos e continua*

Anónimo disse...

dou comigo a vir aqui de tempos a tempos para encontrar sempre (sempre. ) um outro lado.



meio lua...

*
C.

Anónimo disse...

Num aperto inigualável de um inteligivel eu encontro um marco do sentido que me ofusca, carrega dor...
Percorro um sonho, um caminho, um rodopiar que 'entontece', que envolve, roda, cai, caí... Percorro um aperto e aperto contra o peito a tal dor de não ter.... não saber...

Se tudo fosse o que não é e o sentido sentisse o que sinto... Se tudo parasse num espólio de frases e eu pudesse escolher as minhas... Se este monopólio da razão fosse meu...

Num aperto, largo o caos, as matemáticas e as palavras ocas do acaso, a vida de olhares trémulos e de pedras no sapato....

Como eu queria voar... mas apenas com a sombra do que sou, deixando o peso que me prende ao aperto da terra...

Não sei...

Anónimo disse...

inacreditável a maneira como me identifico com as tuas palavras...

nunca pares de escrever...

Anónimo disse...

Vim parar aqui já não sei como. Mas gostei de ler, de me identificar até. Como não? Os humanos são todos demasiado iguais para o admitirem. Sim, vivemos em constantes clichés...Todos buscamos o "não sei onde" quando não conseguimos encontrar o que procuramos. É sinónimo de "querer fugir"... Queres fugir?
é, no entanto, reconfortante saber que ainda existem pessoas que escrevem, que ainda é possivel encontrar um fim saboroso para um caminho desconhecido.
Isto é uma estupidez, nunca comentei em blogs. Mas pronto, aqui fica.
Beijo, whoever you are.

Anónimo disse...

Não sei como aqui vim parar mas só posso dizer que a partir do momento que comecei a ler..não deu para parar. Acho que simplesmente me identifico cm as tuas palavras, com o que escreves, com os sentimentos que deixas transparecer com as tuas linhas de pensamento.
Como já foi dito nós seres humanos somos demasiadamente parecidos, por mais que, por vezes, isso custe a admitir.
Quantos de nós não se sentem neste momento sozinhos entre 4 paredes, sem verem futuro para as suas vidas, sem uma explicação logica para o rumo da vida.
Apesar de tudo tenho a certeza de que não existem fins..mas sim portas que temos de abrir, obstaculos que temos de ultrapassar, pessoas que temos de amar, dores que temos de sentir, abraços e beijos que temos de dar e receber,lagrimas que temos de limpar, memórias passadas que temos de voltar a viver no presente com outra intensidade. E é por isso que todos os dias nasce um novo dia, para que nada seja igual ao dia anterior.
Bem Acho que já escrevi de mais para um simples comentário de um blog...mas tlv isto me incentive a voltar a escrever no meu blog, o que já não acontece a muitos meses.
Para ti...espero que continues a escrever com a mesma intensidade, eu de vez em quando cá darei um saltinho, para "cuscar" :)
Beijo*
Deo