25.8.06

Momento: Fé

Dei por mim sozinho, isolado, não será por culpa própria, julgo eu, mas porque tempo presente assim o ditou...

Sou atingindo por uma convulsão de sentimentos e impulsos que se sobrepõem criando uma névoa na minha visao, a qual para sempre julguei nítida, vou pensando em tanto e tao pouco...

Algo que penso atingir num futuro próximo.
Algo que acaba sempre por me escapar por entre os dedos.

Fico parado no tempo, sempre a ver, a imaginar, aquele momento em que impróprio ou próprio de mais para intervir e decidir verdadeiramente o que é certo, tudo passou por mim, um tudo que não deixa dúvidas tal o eco que criou junto da verdadeira essência da minha alma, tudo passou e em que ao olhar para trás vi que nada havia a fazer...

O momento em que se inverteria a situação.
O momento que realmente me marcou, pelo menos por agora, temo que para sempre...

Mentalizo-me sobre o que aconteceu e o que não aconteceu, todavia existe sempre aquela mínima hipótese de dar a volta à situação, de que tudo é vulgar quando é exposto à luz, de facto, o contraste é a razão.

Nada é o que parece, é a linha d orientação a seguir para tentar manter a racionalidade que se tenta esconder por entre milhares d pensamentos cujo único objectivo é baralhar as contas da vida.

Parece que o que tenho feito não tem volume nem cor, vive-se na eterna esperança da intervenção de algo divino que tudo desmistifique.

Fico à espera que a hipocrisia caia do seu pedestal.

Suspenso o sorriso, resta o que sou, nada mais.

O tempo tudo nos leva mas a inabalável fé que o destino nos possa aquecer paira sempre no ar.

Acabo, nem mais nem menos, no ponto onde começei...

18.5.06

Presença Ausente

Acordo a meio da noite cheio de palavras, mas quando realmente chega o momento não sei o que dizer, são essas as únicas palavras q tenho para ti...

Palavras são o que são, emoções são o que resta.

Conformei-me com o facto d estar só, aprendi a estar assim, foi o q me aconteceu, consigo estar tão perto d mim mas tão longe de toda a gente, de alguém...

Uma espécie de protecção da vida.

Mas o tempo corre, não espera por nós.

Tenho que parar de deixar para amanha o que posso fazer hoje mas é uma corrida contra o próprio feitio.

Tenho de parar de pensar no amanha, o amanha não existe, vive-mos aqui e agora. Aqui e agora, sou. Depois, depois logo se verá.

Não adianta fechar os olhos.
Não vale a pena viver na saudade do que podia ser.

Sei que tenho que lutar por algo que julgo que realmente me faz falta e que me podia completar, mas o alvo não é facilmente reconhecido por mim ou pelo “algo” que me comanda sobre o qual me vejo impotente em conseguir exercer qualquer tipo de pressão, “algo” que nao sou eu, “algo” que nao é meu mas o que é que sou eu e o que é que é meu?

Nada nos pertence.
Nada fica sempre em nós.
Tudo muda.

Tudo muda menos o constante apelo de ser, de apenas ser...

Felicidade que vai e volta...

Tantos sentimentos que não consigo fazer atravessar as fronteiras da minha mente, sentimentos enclausurado devido a qualquer coisa superior, superior em relação ao que sou mas muito inferior ao que gostava de ser.

É a sinfonia da vida, que toca sem parar te alcançarmos o momento em que tudo se inverte, a mudança que parece não nos querer invadir assim, de qualquer maneira...

Não acredito que ninguém sinta o mesmo que eu.
Não acredito que haja tempo para pensar.
Não acredito que a mudança esteja para breve.

Hoje e amanha, serei sempre assim?
Quem será que me pode salvar?
A resposta estará realmente mais perto que aquilo que penso?

No fundo tudo será facil de perceber nos é que somos cegos e como se isso não bastasse acreditamos apenas no que vemos...

E vemos tao pouco.
E acreditamos tao pouco.

Sem repostas, sou e continuo prisioneiro do meu próprio passado...

São danos colaterais das opções que tomamos, por vezes involuntariamente, sem darmos conta, que vão apagando os vestígios que ainda subsistiam de aquilo que já fomos e que muito provavelmente gostariamos de voltar a ser, como por magia, com um toque subtil...

Ate lá continuo a funcionar apenas como mais uma presença ausente.

24.3.06

Fragmentos de Vida

Lembranças que dificilmente se perdem no caminho da vida...

É dificil falar a sério quando se trata de lembranças , todos os nomes, todos os factos, todos os lugares, tudo é exclusivo, tudo faz parte das minhas memórias. São vagas, indecisas e quase mentirosas aquelas que criei no decorrer do tempo, com um fundo de verdade, que sou eu, que fiquei para contar a história...

Mais leve e sem palavras, mantenho os olhos fechados durante uns segundos, mais uma vez passaram horas e não dormi.
Tudo está muito claro, quase óbvio.

Fecho os olhos novamente, isso facilita a minha visão.
Fecho os olhos, na ânsia de apagar a melancolia do olhar, na esperança que a pura magia tudo possa mudar...

É nao ter o controlo.
É saber que ninguém consegue controlar o sonho assim como ninguém consegue controlar a vida.

Se abrir uma porta não sei o que está por trás dela.
Se abrir uma caixa não sei o que está dentro dela.

Não tenho escolhas.
Só isso...

Fico retido em memórias que vão e voltam, num ciclo ininterrupto.

Até descobrir que sou mais que um produto de pensamentos perdidos vou tentando sonhar livremente, vou sorrindo...

6.2.06

Voar

Não saber o que querer e por isso procurar.
A eterna busca do "objecto de desejo" que vou tentando delinear...

É estimular a pura curiosidade.
É a minha forma peculiar de observação.
É a minha faculdade de jogar a utopia, o real, a vida.

Chegou a altura em que temos que interiorizar que o tempo confere aos momentos que passamos uma efemeridade cuja consciência temos que compreender pois torna a nossa existência numa aventura temporal. Faz-nos perceber que há coisas tão fáceis como voar.

É estranho ver-eme num mundo vazio e ainda mais quando o mais vazio sou eu...

Respiro fundo e sigo na rota do "objecto de desejo" tentando conciliar modos de vida diferentes, ficando dividido na dualidade mental que encontro mas não por ter procurado.

Vou analisando quem interioriza e quem exterioriza.
Vou efectuando um percurso expontâneo e voluntário em tudo semelhante à vida.

É a corrida lado a lado entre o sentir e o pensar.
É querer mudar e acabar com este inebriante modo de vida que é permanecer eternamente no acto de intlectualizar as coisas e não viver no "deixa que acontença".

É a minha ilusão, eterna ilusão...

Isto só para lembrar que hoje sinto-me vivo, seja por que motivo for.

1,2,3, fecho os olhos e estou a voar.

Tenho um plano melhor?

16.1.06

Posição (X,Y) = (0,0) ?

Sinto-me paralizado, pairam sobre mim pensamentos que definem o que sou e o que sinto mas vejo-me na incapacidade de os apanhar.

O tempo passa...

Mergulho no silêncio confortante que a noite me traz, ouvindo apenas o pulsar do sangue nos ouvidos. Tento vir à superficie da vida para recuperar o fôlego e pensar sobre o caminho que percorri...

Onde vim parar?
Para onde vou ?

Vejo-me perdido sobre os mesmos elementos e temas que se repetem, dialogam, se tocam, se fundem sem que haja consciência do "outro" ao lado.

Oscilo hoje por aquilo que ontem procurei e que sei que no amanhã...

Nunca há-de existir.
Nunca tal me há-de fazer feliz.
Nunca tal hei-de descobrir.

Sem nunca desistir apesar de aparentemente estar condenado ao fracasso...

Procurarei nesta noite.
Procurarei na noite que vem.
Procurarei na noite que há-de vir.

Incessantemente...

Temo que nunca virá mas irei sempre procurar.

Até lá, divago sem saber a minha posição neste jogo que é a vida.
Até lá, vou procurando apenas um entretenimento para a mente enquanto o jogo decorre.

Estou cansado e não tenho sono...